Babel, de Alejandro González Iñarritu
Faz muito tepo que não faço uma postagem no blog. Queiram me desculpar, mas estava de "férias" em São Carlos - SP. Mas agora estou de volta.
Postarei aqui uma matéria, retirada do sítio Agência Carta Maior, sobre o file "BABEL" de Alejandro González Iñarritu, que fez os filmes "Amores Brutos" e "21 gramas". Quem já viu sabe como os filmes são bons. Para quem não viu, aqui está uma boa dica.
Abraços.
- "Babel" e a trilogia do caos
Filme do cineasta mexicano Alejandro González Iñarritu encerra uma trilogia composta por Amores Brutos (2000) e por 21 gramas. Segundo o próprio diretor, trata-se de uma trilogia inspirada na teoria do caos.
Marco Aurélio Weissheimer - Carta MAior
Babel, do cineasta mexicano Alejandro González Iñarritu encerra uma trilogia composta por Amores Brutos (2000) e por 21 gramas (2003). Segundo o próprio diretor, trata-se de uma trilogia inspirada na teoria do caos. Desenvolvida a partir da década de 60 com o trabalho do matemático Benoit Mandelbrot a respeito do tempo meteorológico, a teoria do caos tornou-se mais conhecida no início dos anos 80 com um grupo de alunos da Universidade de Santa Helena (EUA) que se auto-denominaram coletivo de Sistemas Dinâmicos. Sua formulação mais popular é baseada no chamado efeito borboleta, fenômeno no qual uma borboleta, batendo suas asas na muralha da China, pode provocar uma tempestade em Nova York.
A idéia é a de que a maioria dos sistemas não pode ser determinado em decorrência da dependência sensível das condições iniciais, sempre sujeitas à ocorrência de imprevistos. Os adeptos dessa teoria não sustentam, na verdade, que a realidade é regida pelo caos, mas sim por diferentes padrões de complexidade. Ou seja, é possível entender a realidade, mas isso depende do entendimento de suas múltiplas conexões, que estariam sempre em movimento.
Bem, essa é base teórica que inspira os filmes de Iñarritu até aqui. Como em Amores Brutos e 21 gramas, Babel apresenta três histórias diferentes que se cruzam, uma no Marrocos, uma no Japão e outra na fronteira entre EUA e México. O diretor acredita que para contar uma história sobre alguém, é preciso olhar para todas as pessoas que cruzaram sua vida. “Somos o que somos por causa do outro. Somos os outros, num certo ponto”, diz Iñarritu.
Ele disse que fez Babel por estar cansado de ideologias utilizadas para justificar políticas paranóicas e guerras preventivas: “Senti necessidade de falar de temas que estavam me causando muita dor, necessidade de expressar o que sentia vivendo nos EUA”. O alvo é, obviamente, o governo Bush: “George W. Bush é um dos homens mais perigosos da atualidade”. Iñarritu diz que quis fazer um filme sobre a incomunicabilidade e a compaixão, temas que atravessam toda sua obra.
É um cineasta ambicioso. Em Babel, é apenas parcialmente bem-sucedido. O filme tem ótimos momentos mas o todo sofre com a abundância de idéias que motivam o diretor e com a falta de foco para organizá-las. Em alguns momentos, o efeito borboleta acaba transformando-se em uma espécie de “casa da mãe Joana”, onde tudo está relacionado com tudo e ninguém é de ninguém. Ao fazer isso, a crítica que Iñarritu pretende fazer às políticas paranóicas de Bush perde força e dilui-se num oceano de boas intenções.
Para o cineasta, as palavras não são o mais importante, mas sim a emoção que seus personagens passam. Isso faz com que seus filmes, às vezes, resvalem para o melodrama. É um cineasta promissor que pode evoluir. Mas terá que fazer algumas escolhas. É muito difícil, através da linguagem cinematográfica, querer falar de tudo ao mesmo tempo, subordinando a palavra às emoções dos personagens. Os temas dos quais Iñarritu quer falar dependem fundamentalmente da palavra. Portanto, não pode abrir mão dela, sem correr o risco de incorrer naquilo que pretende criticar: a incomunicabilidade entre os homens.
3 Comments:
Legal essa dica de filme. A explicação sobre o conceito científico de caos está muito ruim, e a aplicação que o diretor pretende fazer da mesma nos assuntos humanos é, na melhor das hipóteses, uma boa metáfora. Mas acho que eu é que estou sendo exigente demais, já que fiz iniciação com essa coisa. hehehe
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André, at 4:59 PM
É André.
Creio que você está sendo exigente demais.
:D
Abraços amigão.
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Pérsio, at 5:59 PM
Beleza. Vou tentar ser menos chato da próxima vez. hehehe
Até mais!
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André, at 10:30 AM
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