Tolerância zero? Que nada!

28.1.07

Babel, de Alejandro González Iñarritu

Olá caros amigos.
Faz muito tepo que não faço uma postagem no blog. Queiram me desculpar, mas estava de "férias" em São Carlos - SP. Mas agora estou de volta.
Postarei aqui uma matéria, retirada do sítio Agência Carta Maior, sobre o file "BABEL" de Alejandro González Iñarritu, que fez os filmes "Amores Brutos" e "21 gramas". Quem já viu sabe como os filmes são bons. Para quem não viu, aqui está uma boa dica.

Abraços.


  • "Babel" e a trilogia do caos

Filme do cineasta mexicano Alejandro González Iñarritu encerra uma trilogia composta por Amores Brutos (2000) e por 21 gramas. Segundo o próprio diretor, trata-se de uma trilogia inspirada na teoria do caos.

Babel, do cineasta mexicano Alejandro González Iñarritu encerra uma trilogia composta por Amores Brutos (2000) e por 21 gramas (2003). Segundo o próprio diretor, trata-se de uma trilogia inspirada na teoria do caos. Desenvolvida a partir da década de 60 com o trabalho do matemático Benoit Mandelbrot a respeito do tempo meteorológico, a teoria do caos tornou-se mais conhecida no início dos anos 80 com um grupo de alunos da Universidade de Santa Helena (EUA) que se auto-denominaram coletivo de Sistemas Dinâmicos. Sua formulação mais popular é baseada no chamado efeito borboleta, fenômeno no qual uma borboleta, batendo suas asas na muralha da China, pode provocar uma tempestade em Nova York.

A idéia é a de que a maioria dos sistemas não pode ser determinado em decorrência da dependência sensível das condições iniciais, sempre sujeitas à ocorrência de imprevistos. Os adeptos dessa teoria não sustentam, na verdade, que a realidade é regida pelo caos, mas sim por diferentes padrões de complexidade. Ou seja, é possível entender a realidade, mas isso depende do entendimento de suas múltiplas conexões, que estariam sempre em movimento.

Bem, essa é base teórica que inspira os filmes de Iñarritu até aqui. Como em Amores Brutos e 21 gramas, Babel apresenta três histórias diferentes que se cruzam, uma no Marrocos, uma no Japão e outra na fronteira entre EUA e México. O diretor acredita que para contar uma história sobre alguém, é preciso olhar para todas as pessoas que cruzaram sua vida. “Somos o que somos por causa do outro. Somos os outros, num certo ponto”, diz Iñarritu.

Ele disse que fez Babel por estar cansado de ideologias utilizadas para justificar políticas paranóicas e guerras preventivas: “Senti necessidade de falar de temas que estavam me causando muita dor, necessidade de expressar o que sentia vivendo nos EUA”. O alvo é, obviamente, o governo Bush: “George W. Bush é um dos homens mais perigosos da atualidade”. Iñarritu diz que quis fazer um filme sobre a incomunicabilidade e a compaixão, temas que atravessam toda sua obra.

É um cineasta ambicioso. Em Babel, é apenas parcialmente bem-sucedido. O filme tem ótimos momentos mas o todo sofre com a abundância de idéias que motivam o diretor e com a falta de foco para organizá-las. Em alguns momentos, o efeito borboleta acaba transformando-se em uma espécie de “casa da mãe Joana”, onde tudo está relacionado com tudo e ninguém é de ninguém. Ao fazer isso, a crítica que Iñarritu pretende fazer às políticas paranóicas de Bush perde força e dilui-se num oceano de boas intenções.

Para o cineasta, as palavras não são o mais importante, mas sim a emoção que seus personagens passam. Isso faz com que seus filmes, às vezes, resvalem para o melodrama. É um cineasta promissor que pode evoluir. Mas terá que fazer algumas escolhas. É muito difícil, através da linguagem cinematográfica, querer falar de tudo ao mesmo tempo, subordinando a palavra às emoções dos personagens. Os temas dos quais Iñarritu quer falar dependem fundamentalmente da palavra. Portanto, não pode abrir mão dela, sem correr o risco de incorrer naquilo que pretende criticar: a incomunicabilidade entre os homens.

3 Comments:

  • Legal essa dica de filme. A explicação sobre o conceito científico de caos está muito ruim, e a aplicação que o diretor pretende fazer da mesma nos assuntos humanos é, na melhor das hipóteses, uma boa metáfora. Mas acho que eu é que estou sendo exigente demais, já que fiz iniciação com essa coisa. hehehe

    By Blogger André, at 4:59 PM  

  • É André.
    Creio que você está sendo exigente demais.
    :D

    Abraços amigão.

    By Blogger Pérsio, at 5:59 PM  

  • Beleza. Vou tentar ser menos chato da próxima vez. hehehe

    Até mais!

    By Blogger André, at 10:30 AM  

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