Tolerância zero? Que nada!

22.1.07

A era dos extremos

Estou inaugurando minha participação aqui no blog do Pérsio, e sou muito grato a ele pelo convite. Pretendo manter a mesma "política de postagens" que ele: indicar coisas interessantes na internet. Não me sinto muito à vontade falando de política, já que só recentemente comecei a me interessar pelo assunto. Ou melhor, comecei a estudar por me convencer da importância do tema, mas na verdade continuo não achando-o interessante. Mas hoje, pelo menos, vou indicar um texto que tem a ver com política, embora mais voltado para a disciplina da história, que eu, aliás, considero muito mais interessante.

Trata-se de um comentário crítico sobre o livro A era dos extremos, de Eric Hobsbawn. Eu conheço muito pouco do autor, e é provável que eu saiba igualmente pouco sobre o assunto do livro. Portanto, não recomendo o texto movido por um compromisso com seu conteúdo, e sim para ouvir a opinião de outros a respeito do mesmo.

O nome do artigo é A historiografia comunista, e seu autor é Carlos Azambuja. O artigo pode ser lido aqui.

Quem me indicou sua leitura foi um amigo meu, formado em história pela UFRJ. Ao me enviar o texto por email ele acrescentou, inclusive, o seguinte comentário:

"Azambuja analisa a obra de Hobsbawn - um dos principais historiadores do século passado -, Era dos Extremos, muito valorizada pela esquerda nacional, mas nem tanto na Europa e USA. Lá eles a consideram mais fruto de propaganda. As críticas abaixo são pra lá de relevantes, mas o livro também tem seus atrativos, como a imensa erudição de Hobsbawn, o que torna um prazer lê-lo, até mesmo se for pra discordar."

2 Comments:

  • No topo do artigo está escrito:
    Esse artigo foi escondido porque estava em desacordo com a política editorial do site. Ele pode ser um artigo repetido (já publicado anteriormente), um artigo preconceituoso ou discriminatório, um ataque pessoal, propaganda comercial ou de partido político ou apenas um artigo que contraria a missão do CMI. Em caso de dúvida, contate o coletivo editorial: contato@midiaindependente.org

    Discordo do autor quando rotula a Revolução de Fevereiro, que colocou um principe latifundiario no poder, como democrática e a de Outubro como anti-democrática.

    Quanto a segunda guerra, a participação da União Soviética foi imprecindivel para a vitória aliada. Os EUA chegaram no fim só para bater em um cachorro morto.

    By Blogger Bruno, at 5:05 PM  

  • Obrigado pelos seus comentários, caro Bruno. Farei agora algumas considerações sobre eles.

    1. Não vejo relevância alguma no que está escrito no topo do artigo.

    2. Azambuja não apenas disse que a Revolução de Outubro foi anti-democrática, mas apontou uma evidência disso no fato de que ela dissolveu a Assembléia Constituinte instaurada pela Revolução de Fevereiro. Não sei se isso é verdade mas, se for, torna claro qual das duas revoluções foi a mais democrática. Você parece ter rejeitado o ponto de vista do autor simplesmente por causa da classe social do revolucionário anterior. Mas o fato de que o sujeito era príncipe latifundiário não basta por si só para fazer com que sua revolução seja anti-democrática. Isso seria simplesmente redefinir os significados das palavras.

    3. Azambuja também não nega em parte alguma que a participação da União Soviética foi essencial para a vitória sobre Hitler. Ele apenas afirma, e pelo que sei corretamente, que os britânicos foram, numa certa altura, os únicos que resistiam aos alemães, e até então Stalin estava discretamente apoiando o regime nazista. Só depois, quando os alemães invadiram a Rússia, Stalin passou a ajudar na resolução do problema que ele próprio havia ajudado a criar.

    Achei muito interessantes os seus comentários. Mas eles não indicam nenhum erro na argumentação de Azambuja, e tampouco livram a cara de Hobsbawn.

    Um abraço!

    By Blogger André, at 10:37 PM  

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